sexta-feira, 26 de julho de 2013

O erro de não recriminar o passado

Guterres iniciou aquela arte em que Sócrates se especializou de, estando no governo, se dedicar a ser oposição à oposição.

Aqui conseguiu, ao estar constantemente ao ataque, diminuir a capacidade de escrutínio do parlamento em relação ao governo do país.

No país real o governo dominava avassaladoramente o Estado e a economia privada que orbita o Estado.

No país comunicacional dois grupos de partidos - o PS e o PSD / CDS - degladiavam-se e opunham-se como se não houvesse governo mas apenas duas oposições mútuas.

A falta de seriedade desta postura é auto-explicativa e não perderei agora tempo com isso.

Perderei tempo a recordar uma coisa que ocorreu durante 18 meses neste governo: a tentativa que parece esboroar-se de não usar o passado para justificar as responsabilidades do presente. Pensou-se que culpar a herança seria uma forma de desculpabilização, antagónica duma certa vontade de rigor, de autonomia adulta e assunção frontal das decisões que se tomam.

Isto pareceria bem se na oposição não tivéssemos um Partido Socialista com um nível de desonestidade intelectual cima do aceitável.

Os pirómanos que destruíram o país em 15 anos de governo quase contínuo, aparecem agora com uma vergonhosa cara de pau a criticar os bombeiros.

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