domingo, 21 de julho de 2013

Escutas ilegais no PS - texto do discurso de denúncia por parte de Seguro, o anão.


Apresentamos o discurso que Seguro se prepara para fazer para denunciar as escutas ilegais detetadas na sede do PS:

"PORTUGUESES:

1. Após as  campanha eleitoral negociações para o compromisso de salvação nacional foram produzidas  declarações e notícias sobre escutas e espiões, ligando-as ao nome do Presidente da República Secretário Geral do PS e, no entanto, não existe em nenhuma declaração ou escrito do Secretário Geral qualquer referência a escutas ou a algo com significado semelhante, a não ser as que mandei fazer para os jornais.
Desafio qualquer um a verificar o que acabo de dizer, estando disponível até para apostar.
E tudo isto sendo sabido que o Secretário Geral é um órgão unipessoal e que só o secretário fala em nome dele ou então os fundadores, dinossauros, socratistas e pessoas com brinco os seus chefes da Casa Civil ou da Casa Militar.

2. Porquê e que sociedades secretas urdiram toda aquela manipulação?
Transmito-vos, a título excepcional, e só se prometerdes não gravar em cassetes, porque as circunstâncias o exigem, uma ideia que me ocorreu para a interpretação dos factos.
Outros poderão pensar de forma diferente. Mas os portugueses têm o direito de saber a ideia que teve o  Secretário Geral Presidente da República.
Durante o mês de Julho Agosto, na minha casa em Lisboa no Algarve, quando dedicava boa parte do meu tempo à análise das atas da negociação diplomas que tinha levado comigo para efeito de as dissimular com documentos escritos que dissessem o contrário do que acontecia nas reuniões com o PSD e o CDS promulgação, fui surpreendido com declarações de destacadas personalidades da esquerda, exigindo ao Sr.  Secretário Geral Presidente da República que interrompesse o merecido recato a que se dedicara férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua equipa casa civil na elaboração do programa para o compromisso de salvação do governo do PSD (o que, de acordo com a informação que me foi prestada – e perguntei duas vezes para me certificar - era uma invenção da direita pois eu nunca negociei nada e bati-me sempre pelo povo e os amigos do PS).
E não tenho conhecimento de que no tempo dos secretários gerais  presidentes que me antecederam no cargo, alguma vez os tenham incomodado nos seus fins-de-semana ou que os membros das respectivas equipas casas civis tenham sido limitados na sua liberdade cívica, incluindo contactos, negociações, negócios e negociatas das fações partidos a que pertenciam.
Considerei graves aquelas declarações, assim um tipo de ultimato dirigido ao Sr. Secretário Geral Presidente.

3. A leitura pessoal que fiz à bocado dessas declarações foi a seguinte (normalmente não demoro  quase nenhum tempo, a fazer saber a toda a gente a leitura pessoal que calha fazer de declarações de outros políticos mas, nas presentes circunstâncias, fui forçado a abrir uma excepção e esperei alguns minutos).
Pretendia-se, cá para  mim, alcançar dois objectivos com aquelas declarações:
Primeiro: Arrepanhar o Secretário Geral Presidente para a clarificação e transparência do que se passara nas negociações, encostando-o àqueles senhores apessoados do PPD e do CDS, apesar de todos saberem que eu, pela minha maneira de ser, sou, desde pequenino, particularmente rigoroso na confusão em relação a todas as ideias políticas e costumo voltar logo atrás, mal Mário Soares, o soba, ou Sócrates, o falso, dão a ordem.
Segundo: Desviar as atenções do debate pré-eleitoral autárquico para as recentrar nas questões que realmente preocupam os cidadãos e  pessoas, o que, como é sabido, não costuma interessar ao PS.
Foi esta a minha leitura e, nesse sentido, produzi uma declaração que já deu na televisão no dia 20 de Julho 28 de Agosto.

4. Muito do que será dito ou escrito envolvendo o meu nome próprio ou apelido, interpretá-lo-ei como visando aqueles dois objectivos.
Incluindo as interrogações que qualquer gajo pode fazer sobre como é que aqueles políticos e jornalistas saberiam dos passos dados por membros do PS da Casa Civil da Presidência da República – sim como é que saberiam? Não há fumo sem fogo e eu não sou ingénuo. Olha eu! que ando sempre a matutar nestas coisas, a escrevê-las no meu computador e perguntar ao Soares, o soba, e ao Sócrates,  falso, se acham bem.
Incluindo mesmo as informações que publicou um membro da minha equipa no site do PS Casa Civil , de que não tive conhecimento prévio, ou se tive quando fiz o discurso no Rato, entretanto passou-me, e que tenho ainda algumas dúvidas quanto ao significado e os termos das palavras caras,  aí usadas. 
Mas onde está o mal de alguém, a título pessoal, se alembrar de dissimular as razões que estão por trás das conversações políticas de outrem, apesar da versão oficial do site do PS.
Repito, cá para mim, pessoalmente, a verdade é que tudo não passava de tentativas de conseguir os dois objectivos que eu já disse: colar em sentido figurado o Sr. Secretário Geral ao PPD e CDS e desviar as atenções das pessoas para os problemas reais do país, tipo cortina de fumo, enfeite especial ou assim, no preciso momento em que quero ir para aquela coisa gira dos stand-up comedy, a que chamamos comícios.

5. E a mesma leitura fiz da publicação nos jornais diários, quer na página da frente quer noutras lá dentro, do que andei a fazer durante as negociações para o compromisso de salvação nacional.
Desconhecia totalmente a existência e o conteúdo das referidas negociações, feitas nas minhas costas, apesar dos meus assessores passarem muito tempo dentro das sedes dos partidos da direita e não conseguirem ir à sede do BE por causa de alergias e, pessoalmente, tenho sérias dúvidas quanto à ortografia das afirmações neles contidas. Mas juro pela saúde da minha falecida bisavó que não sei o que disseram os tipos da delegação do PS e ainda hei-de perguntar ao Justino para ele me explicar tudo num desenho.
Não conheço os membros da delegação do PS neles referidos, não sei com quem falaram estes dias, não sei o que viram ou ouviram durante as negociações, não sei quem é o David, e se disso fizeram ou não relatos a alguém como a minha pessoa e o PR.
Sobre mim próprio teriam pouco a relatar que eu sou um chato como o caraças, e por isso não atribuí qualquer importância às suas entradas e saídas do meu gabinete, à sua presença nas sedes dos partidos, apesar de me chatear pagar a conta da gasolina e dos almoços que eles andaram a comer.

6. A primeira interrogação que fiz a mim próprio, quando tive conhecimento da publicação do teor das negociações nos jornais (ainda por cima na página da frente para toda a gente ver) foi a seguinte: “porque é que é publicado agora, a escassos meses do acto eleitoral para as autárquicas, quando já passaram dois ou três dias da negociata”? Seria para lixar a minha carreira no partido? 
Liguei imediatamente no meu cérebro essas publicações aos objectivos visados pelas declarações produzidas por mim durante meses a fio, em que andei a dizer que o governo era da troika e o presidente estava feito com ele.
E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem adonde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro da direção do PS  staff da casa civil do Presidente, ter impulsos de desconfiança, suspeição, grãozinho debaixo da asa, pedra no sapato  ou de outro qualquer sentimento negativo em relação a atitudes de outras pessoas que queiram cumprir os compromissos internacionais do país.

7. Mas as noticias publicadas deixavam a dúvida na opinião pública, sobre se teria sido violada uma regra básica que vigora no PS desde sexta-feira: ninguém está autorizado a falar em nome do Secretário Geral Presidente da República, nomeadamente os membros da delegação do PS às negociações, até terem treinado comigo as historietas que vão inventar para fingir que nunca negociámos nada. Os únicos que podem falar são o Galamba, o Soares, o Manel Alegre, o Sócrates, o António Costa e qualquer gajo que tenha um cartão do PS. Isto, embora me tenha sido garantido que tal não aconteceu, eu não podia deixar que a dúvida permanecesse.
Foi por isso, e só por isso, que tive aquela ideia de proceder a alterações àquilo que disse ao Presidente da República sexta à tarde, quando ele me mandou ir a Belém, e correr para a televisão a dizer o que disse sem dar cavaco ao Cavaco.

Apesar de ser tudo falso, tudo uma manipulação pelos do governo, apesar do BE ser meu amigo há mais de 2 anos, lixei-o e corri pra os braços do PPD e do CDS durante nove reuniões, sem dizer água vai ao avô Soares e ao patrão Sócrates. Assim todos os cidadãos e pessoas viam logo que como eu gozei o Cavaco nas declarações de sexta às 20:00, é porque ele é que é o culpado de tudo. Se quiserem faço um boneco para explicar que os maus são do governo e eu por isso primeiro lixei o BE e o PCP, com grande pena minha que eu a mim tanto me faz, porque sou muito sério e só quero é ser primeiro-ministro e por isso hoje é que disse os meus pensamentos pessoais. Já expliquei tudo ao Galamba quatro vezes e ele já disse que sim que já percebeu e que eu agora não repita mais a ele e que diga na televisão mas sem fazer os desenhos que não faz falta.

8. A segunda interrogação que a publicação das referidas revelações, sobre como quase cheguei a acordo para o compromisso de salvação, me suscitaram foi a seguinte: “será possível alguém do exterior, por exemplo os do governo ou jornalistas ou até esquerdistas, entrarem no meu computador, sem me dizerem nada? Estará a informação confidencial contida nos computadores do PS suficientemente protegida? Tipo coisas que escrevo a rimar, os sites que visito e assim?”
Foi para esclarecer esta questão que ainda há bocado telefonei a várias entidades com responsabilidades na área da investigação criminal. Fiquei a saber que existem vulnerabilidades nos computadores e telemóveis do PS e pedi que se estudasse a forma de as reduzir oferecendo-me para pagar se fosse preciso.

9. Um Secretário Geral Presidente da República tem, às vezes, que enfrentar problemas bem difíceis, assistir a graves manipulações e urdiduras, mas tem que ser capaz de resistir, de se aguentar calado meia-hora se for preciso em nome do que considera ser o superior interesse eleitoral. Mesmo que isso possa causar custos pessoais aos dez milhões de portugueses. Para mim Portugal está primeiro, bem à frente dos interesses da direita, só ultrapassado pelos interesses do PS. E todos sabem como valorizo o PS, logo a seguir à minha pessoa.
O Secretário Geral  Presidente da República não cede a pressões, não faz comunicações tontas ao país, não interrompe o seu silencio, não se levanta da cadeira de baloiço, nem se deixa condicionar, seja por quem for e se alguém o tentar, lixa logo o BE e o país inteiro.
Foi por isso que entendi dever manter-me em silêncio durante a campanha pelo compromisso de salvação, tirando aquelas bocas que mandei off-record para a imprensa a dizer que os do governo estavam irredutíveis e, sexta-feira às 20:00, dizer na televisão que não negociei nada naqueles seis dias e mandar um mail ao Soares com letras muito grandes a dizer.
Agora, passadas as negociações, e porque considero que foram ultrapassados os limites do tolerável e da decência,  espero que os portugueses compreendam que fui forçado a fazer algo que não costumo fazer: partilhar convosco e com o BE, em público, a interpretação que me lembrei sobre este assunto que foi para a comunicação social durante vários dias sem que alguma vez a ela eu me tenha referido, directa ou indirectamente ou falado off-record. Já disse que foram só os mails para as redações a dizer que o governo estava irredutível e isso.
E sabendo todos que o Secretário Geral Presidência da República é um órgão unipessoal que sou eu e que, sobre as suas posições, só o Secretário Geral e todos os outros gajos que têm cartão de militante, se pronunciam.
Uma última palavra quero dirigir aos portugueses: podem estar certos de que, por maiores que sejam as dificuldades, estarei aqui para defender os superiores interesses do PS, lixar o BE, tramar Portugal e tomar as gotas."

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