segunda-feira, 13 de junho de 2011

Fascismo II (Salazar II) - uma impressionante máquina de crescimento económico

Poderemos nós aprender alguma coisa sobre desenvolvimento com o fascismo?

No blogue Portugal Contemporâneo o autor argumenta que no fim do Estado Novo Portugal seria o 24º país mais desenvolvido do mundo. Como não são dados os cálculos fui à fonte (http://www.photius.com/rankings/human_developement_index_1975-2005.html) e excluíndo a Eslovénia que na altura não existia, sendo quando muito a província mais rica de um país mais pobre e, com os parcos conhecimentos que tenho dessa área, concluo que Portugal seria o 26º país mais desenvolvido do mundo no fim do fascismo.

Ou seja o regime fascista "entregou" ao regime democrático um país que era o 26º pais mais desenvolvido do mundo. Ora hoje descemos para o 40º lugar no mundo http://hdr.undp.org/en/media/HDR_2010_EN_Table1_reprint.pdf) .

Em termos de desenvolvimento a democracia falhou. Mas isso é apenas metade da história. No referido texto o autor diz que durante o fascismo Portugal cresceu economicamente de forma ímpar na europa. Era o número um do crescimento no continente. Crescemos ao dobro da velocidade da Inglaterra, para dar um exemplo, segundo o autor. Ou seja muito mais do que olhar para os números e dizer que falhámos devemos olhar para esses dados e reconhecer que alguma coisa funcionava no Estado Novo.

Salazar, costumava com ironia dizer o meu falecido pai, cometeu crimes económicos terríveis quando "recebeu" o país da Primeira República:
Salazar, dizia ele, mandou esburacar as estradas e auto-estradas construídas pelo partido democrático, demoliu as escolas, tribunais, cidades universitárias, hospitais e institutos técnicos e científicos construídos de 1910 a 1926, mandou pegar fogo às florestas plantadas, terraplanou as barragens hidro-eléctricas e arrancou todos os aeroportos que os republicanos haviam deixado ao país.

Infelizmente sabemos que era ironia: os números mostram que Salazar recebeu um país miserável da Primeira República e o fascismo português, como nos diz o autor desse blog, foi uma impressionante máquina de crescimento económico.

Será todo esse crescimento justificado pela exploração de colónias e exportação de pessoas ou há outras condicionantes?

Ou seja, que fracção do crescimento se devia à exploração indevida das colónias e à emigração que não poderia ser substituído nesse regime por outras alternativas?

Que outras coisas teria o fascismo a seu favor que nós não temos?

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