sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Perceber a lógica do Conselho da Revolução

Aconselho a leitura do artigo de opinião de J. Manuel Fernandes a propósito da recente decisão do Tribunal Constitucional.

Apesar do carácter soft da linguagem do jornalista, vital para se sobreviver no seu mundo, é clara no artigo a desonestidade intelectual e o pouco refinado cinismo do Conselho da Revolução.

Perante o que alegadamente escrevem os conselheiros, semelhante à posição de defender que seria inconstitucional combater a SIDA em Portugal pois esse combate mesmo a ter sucesso não garantiria saúde para todos, uma vez que as borbulhas e as constipações continuariam, resta questionarmos a honestidade do mar de opinadores que nada dizem sobre os fundamentos concretos das decisões do TC.

Postos perante a questão de saber se a escravatura deveria ser abolida percebe-se que um qualquer Conselho da Revolução, abraçando o mesmo fio lógico que este, decidiria que é inconstitucional abolir a escravatura pois após a abolição os homens não seriam verdadeiramente livres.

Se nesse putativo quadro histórico essa fosse a decisão "politicamente correta" é claro.

Não apenas corporativismo básico de um tempo que todos pagamos muito caro por não ter desaparecido: lixo intelectual típico da elite de um país do terceiro mundo.

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