terça-feira, 26 de abril de 2011

Assinar e renegociar quando legitimada pelo povo

O representante do PSD ensaiou um discurso errado ontem no confronto televisivo a que aludi no que toca a quem assina.

Disse que os partidos da oposição tinham de apoiar mas não de assinar.

É exactamente o contrário.

O PSD e o CDS têm de dizer que o Governo está a tentar fugir do barco que o próprio governo afundou. A oposição exige que o governo governe. Já percebemos que não está ninguém ao comando do barco, já percebemos que Sócrates levou a crispação para dentro do conselho de ministros e mal consegue falar com o ministro das finanças. Mas mesmo que saibamos que estão em campanha eleitoral desde Setembro, à procura duma desculpa para culparem os outros pela sua incompetência e não tenham serenidade para estar ao comando do país, o mínimo que o povo que este governo empobreceu exige é que não fujam do barco.

O PSD e o CDS têm de dizer que o agravamento do déficite de 2010 dificulta a nossa negociação com a troika.

O governo conta a história de que foi o iceberg que foi embater contra o nosso Titanic, nunca foi o Titanic a embater contra o iceberg. Algumas pessoas aceitam a teoria de ter sido o iceberg a perseguir o barco até o afundar. Mas mesmo essas pessoas não podem aceitar que o comandante seja o primeiro a abandonar o barco.

A oposição que tem sentido de estado, mesmo se discordar do resultado final do acordo, fará aquilo que era o dever do governo se o governo se demitir de assumir o comando do país: assinará. Quem devia negociar linha a linha e assinar o que acordar com a troika é o governo mas se Sócrates se demitir das suas responsabilidades a oposição assume o vazio e mesmo discordando assina e renegociará mais tarde quando mandatada pelo povo após 5 de Junho.

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