Poder. Depressa.
José António Seguro sabe que a sua oportunidade cinge-se a um tiro único. Se conseguir ser primeiro-ministro o seu poder no PS crescerá e ninguém se atreverá a contestá-lo. O costume. O PS (tal como o CDS) não é o PSD.
Por isso, guloso por eleições antecipadas, precipita-se na direção que lhe parece a mais curta para as conseguir: o compromisso de salvação nacional. Tenta vários malabarismos para fingir que se mantém coerente mas toda a gente percebe (e se não percebesse, o BE e o PCP gritá-lo-ão mil vezes em voz suficientemente alta para que se perceba) que corre atrás do pote.
O PS pensa que, se conseguir o tal compromisso, logrará prender o CDS e o PSD a um acordo que lhe permitirá governar sem maioria absoluta.
Nada mais falso. Ao embrulhar-se nesse compromisso o PS fica visto como um partido de negociatas, sem alma. Tira valor às autárquicas. Perde parte da esquerda para a esquerda, nomeadamente o BE e o PC, pois será obrigado a atacá-la a partir da oposição, muito diferente de ser já governo.
Haverá uma guerra civil à esquerda, não tenhamos dúvidas, e nessa guerra civil o PS não pode acenar com o papão da direita pois acaba de se comprometer com ela. O BE terá uma oportunidade única de ocupar espaço se mantiver o atual tom moderado. O PCP vive um novo fôlego.
O PS perde.
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