sábado, 11 de janeiro de 2014

Morreu Ariel Sharon

Ariel Sharon foi um herói para a nação israelita, um chefe militar audaz, de uma coragem pessoal e como líder, muito acima da média.

Israel é o único país do médio oriente, onde existe um estado de direito com alguma proximidade com o que se observa na europa e o único país da região onde a vida humana tem algum valor. É claro que a Turquia e, mais distante, a Jordânia, são também países onde o estado é minimamente fiável, ainda assim muito aquém de Israel.

Com a exceção da Turquia, se algum país da região tivesse a capacidade militar de Israel e Israel tivesse a capacidade militar desse país, ou seja se se invertessem os papeis, esse país fosse ele a Síria, o Líbano, a Jordânia, a Palestina sou outro, Israel desapareceria do mapa em 72 horas.

Estando em guerra, Israel usa para os seus vizinhos a força que tem, de uma forma mais branda do que a que seria usada para consigo na situação inversa.

Dito isto, importa dizer também que  isto não chega. Ser melhor que os nossos inimigos não chega.

Os massacres de Sabra e Chatila exemplificam isso muito bem e esse ato terrorista tinge de forma indelével a memória de Sharon. 

O facto do Estado de Israel ser um estado religioso, de Israel ser uma potência nuclear graças à França, de Israel tornar a vida dos palestinianos uma humilhação diária, de colocar colonos no seio do território de um país vizinho, de impedir o crescimento económico da palestina destruindo sistematicamente infra-estruturas e organizações de desenvolvimento social, exemplifica muito bem que ser-se melhor que os inimigos não chega.

De Klerk, na África do Sul, sonhou em construir um país só para os brancos, dividindo o território da África do Sul em vários países mononacionais. Falhou porque, segundo ele, os brancos foram gananciosos: queriam tudo o que tinha valor para eles próprios e o refugo para os negros.

Também Israel falhará pela sua ganância em querer o bife do lombo para si e o inferno para os palestinianos. Geração atrás de geração, os palestinianos não aceitarão o que lhes é dado por Israel.

Esperemos que o desaparecimento da geração que fez nascer Israel dê azo à ascensão de uma geração que permita a Israel sobreviver. Se a primeira só se podia fazer pela guerra, a segunda só se poderá fazer pela paz.




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