Depois do jornal Público é agora o i a aparecer na sua edição online propagandeando a ciência de Xavier de Carvalho.
Ou o senhor é mal citado ou o número de disparates com que alimenta o Complexo Político-Mediático é bem revelador da dimensão do sujeito.
O estudo em si mesmo não parece ser do domínio público. O que é do domínio público é a publicidade que lhe é feita. Esse(s) estudo(s) foram publicados em que revistas científicas com porta aberta para a rua? Ou nem foram ainda publicados em nenhum jornal com peer review e o autor já lançou a feira da auto-propaganda?
É que nenhum é citado. O autor do estudo parece andar de media em media, qual vendedor ambulante a tentar adquirir o estatuto e o prestígio que o seu estudo verbera como indesejáveis.
Auto anuncia-se como primeiro e único na profundidade com que debate temas em debate desde que há humanidade.
Não é sério.
Para além de clamar aos quatro ventos que é único e de ter antevisto solução para o sistema educativo e para o sistema social, será que cura o cancro, limpa o catarro, elimina rugas e impede a queda de cabelo? Terá a colaboração do Professor Karamba?
O trabalho de que faz marketing vai ser apresentado à custa dos nossos impostos só na próxima 5ª feira, segundo consta, num palácio, acompanhado por alguma realeza, numa orgia de despesa estatista que traz a UNESCO num andor raramente modesto, o que nos faz temer que o Sr. Carvalho tenha os amigos certos.
No Público, o artigo aparece ilustrado com cravos vermelhos e no Diário Digital com uma variante do símbolo da ANP - o partido único da ditadura de 24 de Abril.
Ao contrario do que parece pensar o novo Karamba - ou pelo menos deixa que a imprensa venda que pensa - o problema de Portugal não é ter um sistema educativo que produza génios nas diversas engenharias e ciências, imbuídos do empreendedorismo dos que ele descreve como "sendo ativos" e alimentados pela ambição e pela aventura dos idos de Quinhentos.
O problema é não o ter.
A nossa pecha são os fala baratos, os vendedores de ilusões, os inimigos da liberdade que vêm com um dogmatismo salazarento vender a honra e a felicidade dos pobrezinhos e, pior, fundindo incompetentemente esse dogmatismo com um outro imiscível - o dogmatismo marxista do rico mau que tem de ser reeducado (no Campo Pequeno?) nos verdadeiros valores da solidariedade e de uma ética que não inclui o trabalho diferenciado e livre.
Não, Sr. Lourenço, não há contradição entre ter a nossa família como pilar da nossa vida e estudar e trabalhar duramente.
Não, Sr. Lourenço, não nos arriscamos a criar ladrões competentes se voltarmos a aderir ao ocidente que ajudámos a criar e expandir.
O que é um risco é continuarmos nas mãos dos ladrões incompetentes, dos licenciados ao Domingo e dos licenciados por equivalência, dos corruptos com lábia de feira da ladra, dos pseudo-cientistas que em vez de publicarem sobriamente arrastam um banquinho para falarem de mais alto, dos protetores daqueles que as vítimas de pedofilia identificam como sendo os seus agressores, dos mentores do novo Lápis Azul e da sua verdade oficial que o complexo político-mediático espalha por todo o lado e dos Socráticos promotores da máxima fiscal "precisamos do vosso dinheiro para dar aos nossos amigos" tão diligentemente servida por Paulo Macedo durante anos.
Quem está de parabéns não é a princesa holandesa e o seu berço de ouro, não é a UNESCO e os seus arreios, não é a nossa imprensa e o seu fogo fátuo - é um Papa que não deixa de ser Papa nem deixa de ser Jesuíta para lavar os pés dos que caíram em desgraça e é um Ministro da Educação que teve a coragem de demitir o licenciado Relvas, em vez de percorrer o caminho fácil de ser amigo de quem não era técnicamente competente nem era rico de ilíquidos 4000 - mas rico de muito mais porque tinha os amigos certos.
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