Aristide Sousa Mendes
A história impressionante deste heroi, tem um aspecto lateral pouco debatido.
O ditador que o removeu do cargo por desobediência, o impediu de se defender a si próprio apesar de ser jurista de formação, o impediu de receber pensão ou reforma ou de arranjar posto compatível e, mesmo anos após a derrota da Alemanha e a exposição do Holocausto, não o reabilitou, o ditador deixou entrar no país todos aqueles a quem ele facultara vistos.
Muitos desses vistos, à medida que ele ia atrás da coluna desesperada de condenados à deportação, eram papeis atípicos. Quando chegou a Hendaye os "vistos" que distribuía eram papeis banais carimbados, em que ele garantia em nome do governo direito de entrada em Portugal, não a pessoas singulares mas a todos os familiares do Sr. Fulano ou Cicrano.
Entraram todos em Portugal.
Mesmo aqueles já sem nenhum papel passaram; ele convenceu os guardas Espanhois em Irun, a deixá-los entrar em comboios dirigidos a Portugal (abriu ele pessoalmente a fronteira franco-espanhola exorbitando competências perante a complacência dos militares Espanhois que fecharam os olhos ao desespero daquele português "louco"), mesmo esses o ditador deixou entrar.
Um diplomata maldito tinha dado a palavra do Estado Português e o ditador assumiu essa palavra mesmo perseguindo Aristide por desobediência.
Como disse o heroi "desejei mais estar com Deus contra os homens do que estar com os homens contra Deus".
Um mundo estranho, outro país, difícil de imaginar.
Se no mesmo campo visual imaginarmos a gente daquele tempo (os bons e os maus) e Sócrates com o seu séquito de branqueadores, ficamos sem dúvida que estes não passam de anões à venda.
Sem comentários:
Enviar um comentário