Lido o post anterior analisemos esta última vez que Rio falou.
Rio disse que Menezes iria destruir tudo o que ele fez no Porto. Ficou a ideia que se trataria principalmente duma questão de despesismo. Mas isso incluiria também um re-aquecimento da velha questão do Porto como capital do Norte, do Norte contra o Sul ou da sua variante politicamente correta - do país contra a capital -, da entrada pela porta grande do FC Porto e todos os lobies que existam a norte, etc.
A questão do despesismo não colhe por motivos que explicarei noutra altura mas o resto parece verdade.
É claro que Menezes não é apenas esse pacote. Menezes, como Jardim e todas as figuras complexas, tem outra face. Essa outra face é intolerável pelos media da capital.
Portanto as declarações de Rio sobre Menezes não são um problema mas uma vantagem. Contudo é uma vantagem fast-food. Qualquer tipo do Porto que queira impressionar um Lisboeta pode fazê-lo de uma forma rápida discordando de Menezes, como qualquer madeirense o pode fazer atacando Jardim. É fast-food: muitas calorias e pouca imaginação.
Onde Rio se espetou foi quando quis tomar partido numa polémica que divide as pessoas em Lisboa. Aqui não era garantido o sucesso. Trata-se da questão dos SWAP e da mentira de Seguro sobre Albuquerque.
Rio não disse explicitamente que Albuquerque tinha mentido. Disse que ela não tinha dito toda a verdade. É uma versão menos sofisticada da ideia de Semedo de que Albuquerque chega sempre tarde à verdade, a que Rio não conseguiu tirar o corolário evidente e que é que Albuquerque, à sua maneira tinha mentido.
Como Albuquerque não mentiu e, pelo contrário, desmascarou a mentira Socrática sobre os SWAP tóxicos, atraíndo a cólera dos branqueadores do governo de Sócrates - principalmente o grupo de Costa - Rio mentiu ele próprio. É uma questão factual.
Rio contudo mentiu duma forma pouco hábil quando logo após ter acusado Albuquerque de não ter dito toda a verdade, num assunto em que toda a verdade deve demorar duzentas horas a ser dita, quando, dizia, não foi capaz de dizer toda a verdade numa questão em que toda a verdade se diz em dois segundos: Será o projeto de Rui Moreira mais próximo do de Rui Rio para o Porto?
Em vez de dizer que sim, que é o mais próximo, Rio respondeu com uma frase vazia, muito usual na politiquisse partidária. Onde está aqui a verdade toda?
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