Soares nunca foi politicamente uma pessoa de bem. Nunca suscitou respeito verdadeiro e é a imagem da falência da democracia portuguesa.
Sampaio ao ter fechado os olhos à cabala contra a justiça orquestrada há 12 anos, também merece respeito político limitado, apesar de nos parecer um ser humano de mais valia que Soares. A sua ordem para que se libertasse Otelo Saraiva de Carvalho e a pandilha dos operacionais do grupo de terroristas das FP- 25 de Abril já tinha dado a perceber que politicamente era duma democraticidade e equidade fortemente deficitárias.
Guterres, apesar da sua falta de fibra política, parecia diferente. Foi um aluno exemplar no IST e fez uma carreira política internacional defendendo os mais fracos. Mas agora troca o respeito que lhe deviam merecer os portugueses que trabalham honestamente para pagar as instituições, o Estado de Direito, o dever de quem ocupa altos cargos de inspirar um mínimo de confiança aos cidadãos, pela amizade pessoal.
Um homem quando assume determinados cargos está obrigado a colocar o interesse nacional e o interesse público à frente dos seus interesses e preferências pessoais.
Guterres tinha de ter a certeza de que Sócrates não é um bandido como a Justiça o acusa de ser, tinha de ter a convicção fundamentada de que a Justiça se enganou ao indiciar Sócrates, antes de entrar no circo mediático das visitas a Évora.
Guterres trocou os mais altos valores do interesse nacional, do futuro da confiança do povo soberano naqueles em que esse povo delega o poder, pelo aconchego do caminho fácil da amizade pessoal. Ao fazê-lo branqueou Sócrates.
Guterres não foi visitar um desvalido caído em desgraça. Foi visitar um Arquiduque, um Marquês que usurpou a confiança dos simples.
Guterres trocou o supremo interesse nacional pelo amiguismo dos ricos e poderosos que até na prisão têm privilégios.
Devia ter vergonha na cara.
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