Trava-se neste momento uma batalha de imagem de certa importância.
Trata-se de saber quem vai ser responsabilizado por tudo o que se assinar com o FMI / FE.
Os partidos necessitam pontuar em duas tarefas aparentemente contraditórias:
1ª não serem identificados com o sofrimento provocado pela receita do FMI/FE.
2ª não serem tidos como irresponsáveis abandonando o país e atirando-o às feras.
Múltiplos agentes estão a passar a ideia de que nos temos de pôr todos de acordo para que o país tenha futuro a curto prazo. Esta ideia já está vendida e é perda de tempo lutar contra ela. Para além disso os negociadores externos exigem que o que se acordar agora seja cumprido no pós eleições, obrigando de facto a um acordo.
Sócrates quer que todos assinem o acordo com a troika - Presidente da República, Governo e Partidos. Assim a sua responsabilidade fica diluída.
O Presidente da República, sendo mais forte e não sendo candidato a reeleição pode com facilidade não assinar nada.
Explica facilmente que não governa e portanto não pode assinar. Tal como o Supremo Tribunal e o Tribunal Constitucional não assinam. São órgãos de soberania mas não governam.
O PS tem de assinar pois está no governo e o governo vai ter de assinar. A sua luta vai ser obrigar o PSD (e o CDS) a assinar.
O PSD e em menor grau o CDS têm decisões difíceis a tomar. Poderão ser parcialmente salvos se a própria troika disser com clareza que tipo de acordo exige de cada parte. Aí será fácil dizerem que assinaram por motivos patrióticos mesmo que discordem do acordo.
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